João Pereira

João Pereira

Advogado, escritor e atento observador da política

Postado em 25/10/2018 07:26

Câmara de Vereadores de Penedo

Em artigo anterior comparávamos o Brasil a merda de marinheiro pela falta de rumo e ausência de seriedade dos três poderes que nos governam. O inacreditável, o ridículo absurdo entre tantos outros qualificativos nada lisonjeiros, mergulha-nos, além da indignação e da revolta, no mais completo mundo do hilário.

Antes de comentarmos sobre o tema acima, vamos citar, a título de ilustração, dois casos que nos deixam boquiabertos. Vale ressaltar que não tiveram origem em pessoas comuns. O primeiro diz respeito a um juiz de primeira instância, do Maranhão ou Piauí, que autorizou um assaltante de banco, que chegou a trocar tiros com a polícia, sair da prisão a fim de fazer uma prova ao concurso de ingresso na mesma. Dá para acreditar? Ressocialização é o objetivo perseguido para recuperar os chamados reeducandos. Acontece que por mais bem intencionado estivesse o Magistrado, que justificou sua decisão no fato do encarcerado ter mulher e um filho, não tem o menor sentido que fosse exatamente atuando como policial. A segunda perola tem autoria em um deputado do PT. Não estando mais suportando os constantes confrontos armados entre militares e bandidos, resultando em mortes, inclusive de inocentes por balas perdidas, saiu-se com a seguinte alternativa: se a policia não, tem condições de desarmar os bandidos, que seja ela desarmada. Como alguém, só pode ser um arrematado idiota, tem a coragem de falar em público tamanha asnice? Não tem sequer noção do ridículo que expõe a si próprio. Semelhantes sandices, é bem verdade, ocorrem em todos os países, mas entre nós, pela vida pregressa, adquire um colorido especial.

Vamos agora a nossa cama de vereadores de Penedo, igual a tantas outras espalhadas pelo Brasil afora, que, infelizmente, não se alinhou com a sensatez como uma exceção. Naturalmente que estamos a nos referir à figura do assessor parlamentar que vem nos obrigando, por tanto tempo, a indagar a razão da sua existência. Uma imitação das Câmaras estaduais ou do Congresso Nacional? Será que o nosso município dispõe de matérias com problemas complexos para justifica-lo, no setor da economia, saúde, educação entre outros? Não. Quantas sessões semanais realiza a nossa briosa Câmara? Uma, se houver algo para votar. Face a essa realidade, dá para entender a nomeação do assessor, do seu valioso préstimo que nada mais é do que nada fazer para quem nada faz. Parece uma piada, mas não é. Já que existem, segundo regimento interno, tanto vereadores como quanto seus assessores, mesmo fatigados por tanto trabalho, se recebessem um decimo do que ganham, estariam bem remunerados. Há duas coisas que identificam os vereadores dos pequenos e médios municípios, o fato de serem os cidadãos mais bem pagos, proporcionalmente ao que fazem, e a inutilidade de suas existências. Quanto dinheiro jogado no ralo, quando poderia ser destinado para tantas carências sociais que nos cercam. Por tudo isso, não fica bem, com essa real fotografia, chama-los de representantes do povo, quando são, na verdade, inimigos do povo.

A propósito dos bravos e dinâmicos assessores, tomamos conhecimento da exoneração, na totalidade, dos mesmos, razão da presente iniciativa para louvar o seu funeral, lamentavelmente não feito com consciência, mas por uma injunção, a impossibilidade financeira para continuar a remunera-los.

É uma pena porque será apenas passageira, logo o parasitismo será restabelecido. Afinal de contas a Câmara de vereadores de Penedo, é Brasil e não podia deixar de herdar seus traços hereditários, sendo um deles o empreguismo coma fruição indevida de benesses.
 

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