João Pereira

João Pereira

Advogado, escritor e atento observador da política

Postado em 25/04/2018 08:46

Penedo: Compensando As Obras do Sem Fim

Não pretendemos ser cansativos a propósito das obras do sem há muito em andamento no centro da cidade. Pelo que vemos, no entanto, o coração fraqueja e prontifica-se a remir esse pecado. Isto porque, não temos dúvidas, algumas inovações em andamento estão dando ares de civilidade à velha Penedo. Inicialmente, fazemos referência a algumas ruas das feiras que lembravam cidades medievais ou cidades e vilas africanas do mais baixo nível sócio-econômico. Padronizadas eram uma providência há muito reclamada, esperando-se a conclusão das demais ruas, Sabino Romariz e uma ao lado do pavilhão da farinha, a mais degradante paisagem, infelizmente já demolidas as barracas.

Insistimos em dizer que quem transita diariamente pelo centro e assiste ao trabalho dos operários, fica estarrecido com o término de uma obra e pouco tempo depois assiste ao desmanche. Se não estivessem sendo remunerados, diríamos que estavam a sofrer o mesmo castigo do mitológico Sísifo. São obras incompletas por falta de antecipadas providencias que mais tarde vemos incorporadas às mesmas, tais como encanamento e fiação de natureza diversas. Quanto ao calçamento, é uma tristeza falar dos mesmos. São impertinentes e surgem a todo momento, especialmente no inverno. Um buraco é tapado e logo em seguida o mesmo e outros são abertos, obrigando-no, às vezes, a imaginar que temos um solo movediço ou os trabalhadores que atuam na área são irresponsáveis ou incompetentes. São um cri-cri para as administrações.

A segunda observação que nos deixou empolgados foi o plantio de árvores no calçadão, ponto de vista que sempre defendemos. Parabéns! Arborização, afirmamos com toda a ênfase, é uma iniciativa que se pode pecar por excesso. Além de embelezar, proporciona uma temperatura mais amena, reduzindo o desconforto dos dias mais escaldantes. Até uma miserável favela passa a ganhar mais simpatia, podendo, sem dúvida, inspirar à sua população a remodelar suas casas, tornando-as humanamente mais dignas e acolhedoras. Basta que alguém tome a iniciativa de construir uma casa mais bonita e atraente em relação às demais. Logo a sadia inveja impulsiona os demais a fazerem o mesmo. É um fenômeno real, facilmente observável.

Arborize-se, sem discriminação onde for possível fazê-la, até mesmo no Camartelo, numa visão de igualdade entre as artérias mais importantes e as que sofrem uma situação de penúria. Arborização é tudo, é o indispensável oxigênio que ajuda a cidade a respirá-lo com mais pureza, dando-lhe um ar de elegante civilidade e aprazível beleza.

Em síntese, Penedo está a se renovar. E como outras obras estão em andamento, certamente passaremos a chama-la de Penedo, a velha irreconhecível.
 

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