João Pereira

João Pereira

Advogado, escritor e atento observador da política

Postado em 08/09/2017 09:46

Lula e a contumaz embriaguês pelo poder

Ninguém por mais avesso que seja ao melancia barbudo, verde por fora, vermelho por dentro, pode deixar de reconhecer os méritos políticos do Lula e de ter feito uma satisfatória administração no plano socioeconômico. Acontece que no meio desse virtuosismo, sem surpresa, germinou o distorcido poder que tudo corrompe, induzindo-o uma traição ás nossas melhores expectativas quando empunhava a bandeira da esperança que nos prometia erradicar a endêmica corrupção que desde o nascedouro corrói as engrenagens do Brasil.

Quanta decepção! Decepção, na verdade, aos ingênuos, nunca aos capazes de uma relativa observação da nossa realidade que repele de imediato os milagres que seriam capazes de converter arraigados costumes e conseguir regenerar uma sociedade seriamente enferma. Muito longe estamos desse mundo ilusório. Lula, Pobre terráqueo! Retirante nordestino, órfão da sorte, parceiro das privações infernais, era natural que sonhasse com as benesses do céu. Sem nunca ter usufruído o conforto de um verdadeiro lar e muito menos ter recebido uma solida formação domestica capaz de vaciná-lo e imuniza-lo contra as pecaminosas seduções, por que seria difícil esquecer o ideal quando faz parte e convive com o velhaco rebanho, e ceder ao real com suas deliciosas tentações, como de fato o fez?

Consequência dessa queda no abismo da sedução do fácil enriquecimento, processado e julgado em primeira instancia por corrupção passiva, não encontramos o mínimo respaldo para que possa pleitear um novo mandato presidencial a não ser a sua falsa crendice de que é inocente, como também acham seus fanáticos admiradores, em virtude de não existir nos autos qualquer prova material que o incrimine, ignorando outras provas contundentes da sua ilicitude.

Felizmente, mesmo que seja absolvido em outras instancias, muito difícil, o Brasil tão cedo ou nunca mais será vítima da desgraçada enganação petista que, não obstante tenha realizado avanços no âmbito socioeconômico com o Lula, sem uma sequência à altura por parte da desastrada Dilma, teve sua biografia enxovalhada a tal ponto que jamais poderá reerguer-se como um político honrado e confiável.

Lamentavelmente, portador de um alto índice de aprovação ao deixar a presidência e atualmente conservando um pequeno saldo remanescente nas camadas mais baixas, essa constatação o faz sentir-se, dominado pela vaidade e enorme narcisismo, como podemos depreender de suas manifestações em pública, como um semideus imbatível que carrega sobre os ombros o manto sagrado da invencibilidade nas urnas. Pura babaquice! Essa imbecil megalomania não o permite atinar, no presente, para o seu elevado percentual de rejeição pela quebra da credibilidade que, uma vez perdida, perdida para sempre.

Eis porque, nada mais que uma inútil pretensão seu desejo em querer voltar à presidência. Isso porque, privado do bom-senso, não consegue avaliar a justa medida de sua insuficiente dimensão politico-eleitoral, consequência, sem dúvida, de um desatino que, sem juízo e sem razão, o estimula a uma irresistível e contumaz embriaguez pelo poder.
 

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  • Radí Rocha Excelentes palavras...parabéns João...Com destreza escreves o atual momento de quem já viveu dias melhores, politicamente falando.