A arte nossa de cada dia, preservemos hoje
Nascer em Penedo é um privilégio. Viver em Penedo é ganhar um presente. Não simplesmente um presente que se compre aqui e ali. Mas, um presente ornamentado com a mais fina arte. Arte sacra, barroca, colonial. Do tipo que só se ganha de alguém que, verdadeiramente, muito nos ama. O tipo de presente que a gente não cansa de admirar; que a gente tem o maior carinho e, por isso mesmo, tem o maior cuidado; que quando se está distante, sente-se uma saudade! É aquela jóia que não se vende por dinheiro nenhum; enfim, a jóia que a gente quer preservar a todo custo.
E por falar em preservar...! Será que já tomamos consciência da falta de cuidados que temos com relação à nossa jóia – Penedo? Os resultados que presenciamos, deixam claro que não. Muitas vezes, sequer conhecemos as riquezas artísticas que ornamentam os pilares culturais da cidade. Não é surpresa termos conhecimento de pessoas que são pegas depredando o patrimônio cultural e nem sabem que “aquilo” é pura arte; constatarmos que, por mera satisfação pessoal, destrói-se uma estrutura do arcevo histórico e constrói-se, em seu lugar, algo moderno e sem valor dentro do contexto colonial que faz Penedo ser considerada a Ouro Preto do Nordeste.
Cada um quer deixar fincada sua “invenção” arquitetônica. Cada um quer se dá ao direito de empalmar a marreta e destruir, a seu bel-prazer. E a jóia, como a conhecíamos, vai sendo aos poucos, descaracterizada.
12 de abril, mais um aniversário que proporciona à cidade quase cinco séculos de História com “H” maiúsculo. História de vultos, de personagens e de personalidades. História de mulheres e de homens que fizeram da cidade do Penedo uma verdadeira história em si. História de batalhas e de conquistas, de sofrimentos e de glórias. Uma História que está sacramentada na arte de seus monumentos, na força de suas tradições, na esperança de seu povo.
Na esperança de um povo que tem a difícil e inadiável missão de preservar com “arte” a arte tão presente em sua cidade, inclusive a mais atual de todas as artes: a arte de preservar a vida.
Entenda-se que preservar a vida com “arte” é ter a certeza de cumprir, verdadeiramente, seus deveres para poder exigir seus direitos. Esse é o princípio de toda vida saudável. Primeiro, perdoa-se, para poder ser perdoado; quando você respeita, é respeitado. Você ama e, como consequência, é amado. Isso é preservar a vida com arte.
Com a mesma arte que, silenciosamente, “grita” por cuidados na cidade do Penedo e anseia por sua urgente preservação.
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