Alexandre Cedrim

Alexandre Cedrim

Administrador de Empresas e Consultor Organizacional

Postado em 27/11/2019 21:20

A importância do ambiente funcional nas organizações

Divulgação
A importância do ambiente funcional nas organizações
As relações interpessoais dos funcionários irão influenciar exponencialmente o tratamento que será ofertado aos clientes

O vetor que diferencia as empresas, que se destacam nos seus segmentos empresariais, são as pessoas que nelas trabalham, pois são elas que energizam os recursos produtivos disponibilizados pelas organizações.

As relações interpessoais dos funcionários, entre si e com seus superiores, irão influenciar exponencialmente o tratamento que será ofertado aos clientes, usuários, fornecedores e aos próprios colegas, na prática este tratamento sinaliza como está a energia dos funcionários nas empresas. Nós temos experiências sensacionais deste desempenho, pois já fomos tratados excepcionalmente bem, como no outro extremo também já fomos tratados como pedintes de favores especiais e necessários à nossa sobrevivência.

A preocupação com o comportamento dos funcionários, dentro das organizações, vem sendo cientificamente realizado desde 1927, quando Elton Mayo coordenou o estudo realizado na Western Eletric Company no bairro de Hawthorn em Chicago (USA). Porém, esta preocupação com novos estudos sobre o comportamento funcional, hoje mais conhecido como clima organizacional, só é praticada em empresas de grande porte ou empresas que utilizam tecnologia de última geração, que enfrentam uma concorrência acirradíssima e qualquer desequilíbrio no seu ambiente interno refletirá negativamente nos seus negócios, causando perdas absurdas e de difícil recuperação.

Anualmente, várias revistas de negócios no Brasil e no exterior, publicam o resultado das pesquisas realizadas para elegerem as melhores empresas do ano na gestão de pessoas. Estas pesquisas fundamentam-se em formulários distribuídos às maiores empresas dos diversos segmentos econômicos e contém questionário a ser respondido de forma anônima por funcionários destas empresas e em quantidade adequada para que o número de respostas minimize a margem de erro da pesquisa.

O acesso às questões que são formuladas aos funcionários das empresas escolhidas, mostra que cada revista tem um questionário próprio, mas as questões são similares entre elas e contêm variações contemporâneas às mesmas preocupações desde a época que Elton Mayo realizou seu estudo, que era com a preocupação sobre a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, mas que depois estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade de pessoal e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal.

Na pesquisa realizada neste ano, pela revista Valor, as questões versaram sobre: engajamento, cultura de integridade, agilidade organizacional, liderança responsável, ambiente de trabalho saudável, recompensa justa, carreiras atrativas e indivíduos prósperos. Para responder as questões sobre estes assuntos as pessoas apenas assinalaram sim ou não, que pela sua objetividade facilita a tabulação de dados e evita respostas subjetivas como totalmente favorável, parcialmente favorável, totalmente contrário e parcialmente contrário entre outras, que podem confundir os entrevistados e a respectiva interpretação dos pesquisadores.

A pesquisa diz que o percentual de respostas “sim” à pergunta “quanto melhor meu desempenho, melhor serei remunerado” na empresa destaque da pesquisa da revista Valor, foi de 72%, que claramente indica que a empresa se preocupa em remunerar os melhores funcionários, incentivando todos a melhorar suas performas. Com o resultado final da pesquisa, considerando os percentuais apresentados nas respostas das pessoas envolvidas conclui-se que os dirigentes da maioria das grandes empresas preocupam-se com as pessoas de suas organizações e que, independentemente de qualquer pesquisa, observam, analisam, discutem e promovem sistematicamente novos procedimento para a melhoria contínua das pessoas e assim seguirem apresentando melhores resultados e aumento das suas participações no segmento mercadológico onde atuam.

Parafraseando Jack Wech, que foi CEO da GE e considerado referência em liderança organizacional, dizia que antes da empresa se tornar líder o sucesso se limita pelo próprio crescimento, quando a empresa se tornar líder o sucesso depende do crescimento do seu pessoal. Na mesma linha de raciocínio, Vicente Falconi, referência em consultoria no Brasil, afirma que “quem deve conhecer melhor a empresa e seus problemas são seus dirigentes e não as pessoas que são momentaneamente contratadas para isso.”

Por isso, vale a pena os dirigentes empresariais estarem conscientes de que a responsabilidade de proporcionar um ótimo ambiente de trabalho às pessoas de suas organizações é exclusivamente deles e é indelegável a outrem. Mas para que esta responsabilidade seja bem conduzida, é de bom alvitre que procurem cada mais vez entender, através dos diversos veículos de aprendizagem, como podem conduzir esta responsabilidade a bom termo.

A pergunta óbvia a fazer a respeito é: para que contratar profissional externo para realizar a pesquisa do clima organizacional, quando a direção não tem o conhecimento mínimo necessário conhecimento do assunto, como também não discute previamente as questões que serão submetidas ao seu pessoal. E a sua resposta, mais óbvia ainda, é que esse discurso é apenas nuvem de fumaça.
 

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